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EDIFÍCIO GUAIMBÊ

São Paulo - SP 

Autor: Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro

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Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: Edifício Guaimbê.
Data do projeto: 1962.
Localização: Rua Haddock Lobo, Nº 1447 – Cerqueira César, São Paulo-SP. 
Autor do projeto: Arq. Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro. 
Intervenções posteriores: não houve.
Tamanho do lote e área construída: 605,55 m² / 3.140,55 m².
Tombamento: não houve.

INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS

ACROPOLE. Edifício residência, 1964. Acropole, São Paulo, Ano 29, n. 343, p. 29-31, set. 1967.
ARQUIVO ARQ. Edifício Guaimbê. Disponível em: < https://www.arquivo.arq.br/edificio-guaimbe >. Acesso em: 20 abr. 2019.
ARQUITETURA BRUTALISTA. Ficha Técnica: Edifício Guaimbé. Disponível em: http://www.arquiteturabrutalista.com.br/fichas-tecnicas/DW%201962-66/1962-66-fichatecnica.htm. Acesso em: 20 abr. 2019.
BARROS, M. Um brutalista sem corredores. Veja São Paulo (online). 2017. Disponível em: <https://vejasp.abril.com.br/blog/morar-em-sp/um-brutalista-sem-corredores/>. Acesso em: 19 abr. 2019.
GALERIA DA ARQUITETURA. Guaimbê. Disponível em https://www.galeriadaarquitetura.com.br/projeto/sub- estudio_/guaimbe/1244&gt. Acesso em: 19 abr. 2019.
MIGLIANI, A. Clássicos da Arquitetura: Edifício Guaimbê / Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro. ArchDaily (online). 2014. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/625444/classicos-da-arquitetura-edificio-guaimbe-paulo-mendes-da-rocha-e-joao-eduardo-de-gennaro>. Acesso em: 16 abr. 2019.
MONTANER, J. M.; VILLAC, M. I. Mendes da Rocha. Barcelona: Gustavo Gili, 1996.
ROCHA, P. M. Paulo Mendes da Rocha: Projetos 1957-1999. São Paulo: Cosac & Naify, 2006.
XAVIER, A; LEMOS, C.; CORONA, E. Arquitetura Moderna Paulistana. São Paulo: Romano Guerra, 2017.

SOBRE A OBRA

O edifício residencial Guaimbê, localizado na Rua Haddock Lobo, no bairro dos Jardins, se destaca devido às suas características marcantes de fachada e por sua inserção no lote, com recuo frontal de quinze metros sem nenhum tipo de fechamento, estabelecendo uma transparência visual do espaço público para o espaço privado do lote. 
O edifício laminar, solto no lote, tem largura de 7m e estrutura periférica concentrada nas fachadas longitudinais, que chegam ao térreo em quatro pilares de cada lado. Originalmente, a ideia dos arquitetos era utilizar fôrmas deslizantes nas empenas laterais de concreto armado, o que não se viabilizou. A planta do apartamento fica totalmente liberada de apoios, e vigas transversais abatidas embutidas em um sistema de lajes nervuradas são arrematadas na face inferior, deixando o teto do apartamento livre de interferências. A exceção fica por conta do desnível que ocorre entre o primeiro e o segundo eixo de pilares, que posiciona a sala de estar e o hall de acesso em uma cota de nível acima dos demais ambientes. Para acerto das alturas, o acesso de serviço ocorre no patamar da escada, dois degraus abaixo do nível final da entrada no apartamento. Dentro da unidade, uma galeria longitudinal, com largura suficiente para acomodar espaços de permanência, organiza a planta no lugar de um estreito corredor. Neste espaço, dois elementos soltos marcam presença: a parede curva que define o espaço do jantar, e o sanitário dos quartos.
Externamente, o edifício é caracterizado por diferentes elementos de concreto armado que conformam suas aberturas. A face noroeste recebeu pronunciadas abas curvas e, sob elas, peitoris em forma de cunha, disponibilizando para cada andar três faixas protegidas de abertura horizontal: a primeira, estreita e recuada, junto ao teto; a maior, em altura intermediária e resguardada pela aba; a terceira junto ao piso, sombreada pelo peitoril. A face longitudinal nordeste possui uma grande saliência que acomoda o serviço, amplamente iluminada e ventilada através de caixilho basculante piso-teto. Nesta mesma face, as janelas dos quartos são também emolduradas por abas de concreto. Na face sudoeste, a empena longitudinal de concreto recebe uma sucessão de cortes verticais que capturam o sol poente. Uma abertura maior foi disposta contra o volume interno curvo do banheiro, que difunde a luz internamente.
O pavimento térreo é austero, com pilares no alinhamento das empenas do edifício, e um núcleo de circulação sob a torre, fechado com vidro. Voltada para a rua, antes do primeiro eixo de pilares do edifício, uma laje nervurada abarca a totalidade da largura do lote e adentra sob o balanço frontal do edifício. A projeção sombreada da torre é bem marcada no térreo, uma vez que os recuos laterais são ocupados com duas faixas de pergolado definindo as entradas de luz.

IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO 

O edifício Guaimbé é apontado por Alberto Xavier como sendo um dos primeiros prédios residenciais em concreto aparente executados em São Paulo. Sendo assim, transpõe para o mercado imobiliário a adoção de uma expressiva estrutura em concreto armado - até então explorada em programas como escolas, clubes e residências -, presente, naqueles anos, em obras de Vilanova Artigas, Carlos Milan e da própria dupla de arquitetos Mendes da Rocha e de Gennaro, O edifício Guaimbé também é revelador de experimentação tipológica residencial em curso por certa vertente da arquitetura paulista, que apregoava amplos e integrados espaços de convívio, com variação dos níveis internos, e compartimentação restrita às áreas de uso individual e de serviço.

SOBRE OS AUTORES 

Paulo Mendes da Rocha e João Eduardo de Gennaro, ambos nascidos em 1928, graduaram-se em Arquitetura e Urbanismo pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1954. Os arquitetos se associaram devido ao concurso para o Clube Paulistano e, em seguida, conceberam projetos importantes, tais como: Residência Mário Masetti, Edifício Guaimbê, Escola Estadual Professora Suely Antunes, Residência Paulo Mendes da Rocha, Grupo Escolar de Taboão, Fábrica Orinex S.A e Residência Bolivar Ferraz Navarro.
Ao final da década de 1960, o arquiteto João Eduardo de Gennaro ingressou no corpo técnico do grupo Itaú, onde desenvolveu importantes obras. Já o arquiteto Paulo Mendes da Rocha mantém escritório ativo que, atualmente, atua em colaboração com outros escritórios. Recebeu diversos prêmios importantes, entre eles: Prêmio na I Bienal Ibero-Americana de Arquitetura de Madri, 1998 (pela trajetória profissional); Prêmio Mies Van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, 1999 (obra: MuBE); Prêmio Mies Van der Rohe de Arquitetura Latino-Americana, 2000, (obra: Pinacoteca de São Paulo);  Prêmio Pritzker, 2006 (conjunto da obra).

Autores da ficha: Maria Isabel Imbronito, Giovanna Nascimento, Júlia Santana, Sueli Nepomuceno. 

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