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COLÔNIA DE FÉRIAS DO SINDICATO DOS TRABALHADORES NAS INDÚSTRIAS DE FIAÇÃO E TECELAGEM DE SÃO PAULO

Praia Grande

Autor: João Batista Vilanova Artigas

Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA

Nome da obra: Colônia de Férias do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de São Paulo.
Data do projeto/ inauguração: 1969 / 1970.
Localização: Avenida dos Sindicatos, 946 – Vila Mirim, Praia Grande-SP.
Autor do projeto: Arq. João Batista Vilanova Artigas.
Tamanho do lote e área construída: 5.280 m² / 4.540 m².



INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS


FERRAZ, M. et al. (Orgs.). Vilanova Artigas. São Paulo: Instituto Lina Bo e Pietro Maria Bardi, 1997.

SOBRE A OBRA


A Colônia de Férias do Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias de Fiação e Tecelagem de São Paulo, também conhecido como Colônia de Férias dos Têxteis, está localizada em Praia Grande, litoral sul do Estado de São Paulo, e faz parte de um conjunto de 4 colônias de férias projetadas pelo arquiteto entre os anos de 1969 e 1979. O edifício projetado como um equipamento de lazer para os operários mantém o uso original, sendo os principais programas: 42 apartamentos “duplex”, salão de jogos, cantina, restaurante e áreas de apoio, piscina, quadra de esporte e vestiários.
O projeto para a Colônia de Férias dos Têxteis guarda algumas semelhanças em relação ao partido do projeto da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (FAUUSP), provavelmente pela proximidade temporal entre a finalização deste último com o início da Colônia de Férias concluída no ano de 1970.
Apesar disso, sua organização espacial tem identidade própria com alguns dos programas divididos entre dois corpos, o de convívio envidraçado, paralelo ao acesso principal e o bloco posterior, com os apartamentos, mais opaco. O vazio central, coberto com um sistema de claraboias intercaladas pelas vigas, organiza o espaço e traz leve semelhança com o “Salão Caramelo” da FAUUSP e sua vocação de espaço de encontro, adjetivado pela potência espacial da escala dos seus quase 10 metros de pé-direito.
A circulação principal se dá através de um conjunto de rampas, que se desenvolvem paralelas aos dois blocos e encaminham o usuário não só para cada um dos pavimentos, como também, permite a apreensão de todos os espaços comuns e suas particularidades espaciais.
Quanto à estrutura, existe uma aproximação mais direta entre os dois projetos mencionados, apesar dos vãos serem outros, no presente projeto, Artigas também propõe os pilares externos com vãos (18m) o dobro em relação aos vãos (9m) dos internos, e acomodam as descidas de águas pluviais como nos pilares internos da FAUUSP, mas desta vez, em pilares em “H”. 
Uma presença marcante nesse projeto é o conjunto de apoios de forte expressão plástica, “consoles trapezoidais” (FERRAZ et. al., 1997, p.163) com pilares duplos, que apoiam os dois blocos no pavimento térreo e fazem de maneira muito discreta uma citação à obra do arquiteto Marcel Breuer



IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO


A obra da Colônia de Férias dos Têxteis é uma das poucas obras do arquiteto João Batista Vilanova Artigas na Baixada Santista, produção de destaque da “Escola Paulista” no litoral, teve poucas intervenções após a conclusão da obra, além de se encontrar em ótimo estado de conservação. Apesar de ser um exemplar digno de nota devido ao partido arquitetônico, suas particularidades estruturais e seu programa sui generis, provavelmente, devido à sua distante localização do núcleo santista e a proximidade temporal com outras obras de maior destaque, acarretaram em sua pouca divulgação nas publicações e pesquisas dedicadas à Vilanova Artigas.



SOBRE OS AUTORES


Nascido em 1915 em Curitiba-PR, João Batista Vilanova Artigas estudou engenharia na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), onde se formou em 1937 como engenheiro-arquiteto, após ter sido estagiário no escritório de Oswaldo Bratke. Como recém-formado abre a firma construtora Marone & Artigas Engenheiros, com Duílio Marone, colega da Poli, cuja sociedade produziu um grande número de obras em estilo eclético até 1944, com exceção de alguns projetos dos últimos anos, como a Residência Rio Branco Paranhos (1943), de influências formais de Frank Lloyd Wright. No ano seguinte, Artigas começa a trabalhar com o calculista Carlos Cascaldi, cuja parceria até 1960 produziu obras importantes, como: Edifício Louveira (1946), Estádio do Morumbi (1953), Ginásio de Itanhaém (1959), Ginásio de Guarulhos (1959) e Vestiário do São Paulo Futebol Clube (1960). Ainda dessa última parceria, a dupla Artigas e Cascaldi executou obras importantes no Paraná, sendo que a grande maioria foi na cidade de Londrina: Edifício da Sociedade Autolon (1958), Cinema Ouro Verde (1958), Casa da Criança (1950), Rodoviária de Londrina (1950) e Santa Casa de Londrina (1951).
Quanto à sua atuação para a regulamentação da profissão, podemos destacar sua participação na fundação do Departamento de São Paulo do Instituto dos Arquitetos do Brasil (IAB/SP) em 1943.
Como professor, iniciou sua carreira docente na Escola Politécnica em 1940, e em 1948 participou da criação da FAUUSP, onde passou a lecionar. Afasta-se da prática do ensino após o golpe de 1964 e em 1969 devido ao AI-5, retornando após a anistia em 1979, quando leciona até 1985, ano de seu falecimento.

Autores da ficha: Apoena Amaral e Almeida; Anita Denari Piffer; Leticia Getirana dos Santos.

Data da ficha: Dezembro de 2019

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