TÊNIS CLUBE DE PRESIDENTE PRUDENTE
Vista da área social para a piscina, destacando a varanda. Fonte: Grupo de Pesquisa Projeto, Arquitetura e Cidade, 2019.
Vista externa da área de lazer. Fonte: Grupo de Pesquisa Projeto, Arquitetura e Cidade, 2019.
Vista da Avenida Washington Luiz. Fonte: Grupo de Pesquisa Projeto, Arquitetura e Cidade, 2019
Vista da área social para a piscina, destacando a varanda. Fonte: Grupo de Pesquisa Projeto, Arquitetura e Cidade, 2019.
Imagens da obra
Planta de situação. Fonte: ACROPOLE (1966:24-27)
Vistas externa e interna, respectivamente. Fonte: ACROPOLE (1966:24-27)
Plantas do pavimento térreo e mezanino. Fonte: MARQUES (2011:38)
Planta de situação. Fonte: ACROPOLE (1966:24-27)
Imagens do projeto
FICHA TÉCNICA
Nome da obra: Tênis Clube de Presidente Prudente.
Data da projeto/construção/inauguração: 1966/1969/1978
Localização/perímetro: Av. Washington Luiz, 1841 - Jardim Paulista, Pres. Prudente - SP
Autor do projeto: Arq. arquitetos Ariel Rubinstein, Luigi Villavecchia e Tito Lívio Frascino. Consultor estrutural: engenheiro Roberto R. Zuccolo
Tamanho do lote e área construída: área construída 4.360 m2
Tombamento: não houve
INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS
ABRUNHOSA, Eduardo Castedo. Modernos conservadores ou clássicos progressistas: a construção do ideário moderno na faculdade de arquitetura e urbanismo (1947-1986). 2016. 160 f. (dissertação de Mestrado Mackenzie). Disponível em: http://tede.mackenzie.br/jspui/handle/tede/3078. Acesso em 24 de junho de 2019.
ACROPOLE. Concurso para Sede de Clube 10 Prêmio. Acrópole. São Paulo, Ano 27, Nº 327, p. 24-27, abr. 1966. Disponível em: http://www.acropole.fau.usp.br/edicao/327. Acesso em 30 de maio de 2019.
IBGE, 2019. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em https://cidades.ibge.gov.br/brasil/sp/presidente-prudente/panorama. Acesso em 10 de junho de 2019.
IAB (2019). Disponível em http://servicos.iabdf.org.br/sebrae/textocomissao.htm. Acesso em 12 de junho de 2019.
MEDEIROS, J. Empreendimento de Gigante. Entrevista: Jornal O Imparcial, Presidente Prudente, 26 de janeiro de 1966.
PASQUINI ,Cristiana Alexandre. A produção da arquitetura moderna em Prudente nas décadas de 1960, 1970 e 1980. In 100 anos Presidente Prudente: arquitetura e urbanismo. BARON, C. M. P; FIORIN, E. (orgs.), 1. Ed. – Bauru, SP: Canal 6, 2017.
SERAPIÃO, F. Uma história para ser contada. A saga de Roberto Rossi Zuccolo, professor de todos os arquitetos modernos saídos do Mackenzie e alinhados com a escola paulista”. In: ProjetoDesign, Arcoweb, edição 350. Disponível em: http://arcoweb.com.br/projetodesign/artigos/artigo-uma-historia-para-ser-contada-01-04-2009. Acesso em: 23 de junho de 2019.A
SOBRE A OBRA
O Tênis Clube de Presidente Prudente – S.P. é uma obra que resultou de um concurso de ideias nacional promovido pelo Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB), recebendo o primeiro prêmio do Júri por se destacar com espaços que integram áreas sociais, principalmente as piscinas e por aproveitar a topografia sem criar uma monumentalidade excessiva. O Júri, formado pelos arquitetos Roger Zmekhol, Jerônimo Bonilha Esteves, Fábio Penteado e Hélio G. Teixeira escreveram na época:
“Êste projeto causou desde o início dos trabalhos de julgamento, o mais vivo entusiasmo e a mais profunda admiração. Singelo, tranquilo, fácil de ver e de entender, resolve, num processo de síntese, todos os problemas, com uma linguagem formal e espontânea e muito brasileira. Lembrando uma grande tenda, sugere tudo aquilo que deve ser o ambiente alegre, descansado e tranquilo para uma reunião de gente simples e tranquila. Debaixo da grande tenda os espaços se tornam generosos e as soluções das plantas surgem naturalmente com um simples traçar no papel ou no chão. A contribuição do elemento estrutural como instrumento gerador de tôda a arquitetura é de extrema felicidade, se bem que algumas dúvidas tenham sido levantadas com relação a viabilidade. Foi opinião unânime do Júri que se estas dúvidas fôssem esclarecidas, o trabalho deveria ser declarado vencedor do concurso.” (Acrópole, 1966:26)
O Júri solicitou um parecer técnico sobre a viabilidade construtiva, no qual o engenheiro Oswaldo Moura Abreu escreveu “A solução, de rara beleza técnica, somada a excelente proposta de arquitetura, representará, se construída, um excelente exemplo da tecnologia e da cultura brasileiras” (Acrópole, 1966:26), atestando, portanto, a sua viabilidade.
O município de Presidente Prudente foi criado no século XX, com a Lei n0 1798 de 28/11/1921, sendo a ocupação da região do Oeste Paulista ocorrida em função da Estrada de Ferro Sorocabana, que chega na região em 1919 devido as produções agrícolas do café e algodão e da criação de gado. A maioria da população passa a viver na cidade na década de 1960, possuía 54.055 habitantes morando na cidade em contraposição a 17.802 na área rural, atualmente tem uma população estimada em 227.072 habitantes (IBGE, 2019).
O concurso para a construção do Tênis Clube ocorre em um momento onde a vida urbana começa a se desenvolver e o Município pretende se firmar como moderno “...novas e modernas instalações para o nosso Clube, construída dentro dos mais funcionais requisitos da moderna arquitetura e que tornarão o Tênis, um marco de Progresso desta terra e do espírito pioneiro e empreendedor de sua gente” (MEDEIROS, 1966).
A obra de concreto armado aparente foi implantada no sentido longitudinal a avenida Washington Luiz, tirando partido da declividade do terreno formando áreas cobertas para o lazer e salão social, além de mezaninos que permitem a visibilidade tanto da parte interna como externa das piscinas. Apesar da sequencia de pilares e vigas de concreto armado o conjunto estrutrural, responsável pela linguagem arquitetônica da obra, parece pousar no terreno, se adequando a escala humana.
SOBRE OS AUTORES
Tito Lívio Fascinio nasceu em 1940, graduou-se em Arquitetura e Urbanismo pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1964 e em Urban Design pela Universidade de Paris em 1971. Desde 1972 é professor de projeto na Universidade Presbiteriana Mackenzie e na Faculdade de Belas Artes de São Paulo. Participou como membro do Instituto de Arquitetos do Brasil, Departamento de São Paulo nas gestões de 1964/65; 1972/73; 1974/75 e 1996/97. Trabalhou na PROMOM Engenharia em São Paulo, na Cabinet Berbnard H Zehrfuss em Paris e foi diretor de planejamento na EMURB em 1963. Possui projeto em associação com os arquitetos Ariel Rubstein, Fábio Penteado e Teru Tamaki. Atualmente é sócio diretor - Tito Livio Frascino Arquitetos Associados Ltda. (IAB, 2019)
Luigi Villavecchia nasceu na cidade de Novara na Itália em 1940 e faleceu em São Paulo no ano de 2004, formou-se arquiteto pela Faculdade de Arquitetura Presbiteriana Mackenzie em 1964 (ABRUNHOSA, 2016). Foi membro da diretoria do IAB SP gestão 1970/71. Possui diversos projetos em colaboração com os arquitetos Flavio Pastore, Júlio Neves, José Pedro de Oliveira Costa e Koiti Yamagushi.
Ariel Rubinstein, já falecido, formou-se arquiteto pela Universidade Presbeteriana Mackenzie em 1963.
O engenheiro paulistano Roberto Rossi Zuccolo nasceu em 1924 e faleceu em 1967, ministrou aulas na Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie de outubro de 1948 a abril de 1967 e, foi professor de todos os arquitetos formados pelo Mackenzie alinhados com a “escola paulista”. Formou-se engenheiro pela Universidade Presbiteriana Mackenzie em 1946.
A obra do Tênis Clube possui características marcantes do movimento moderno brasileiro ao trabalhar uma linguagem arquitetônica a partir de um único bloco utilizando concreto armado na estrutura; foi implantado a partir da topografia existente, no sentido longitudinal da avenida para valorizar a relação com a cidade, mesmo não sendo uma obra pública; no volume retangular os espaços são fluídos e se interconectam visualmente, além de privilegiar as vistas para as piscinas e áreas de lazer. Mas, o que podemos considerar como principal para determinar a sua importância para o Movimento Moderno foi a solução criativa da utilização do concreto armado, como elemento estruturador da sua plasticidade.
Os arquitetos Ariel Rubinstein, Luigi Villavecchia e Tito Lívio Frascino responsáveis pelo projeto formaram-se na década de 1960, período onde os cursos de Arquitetura e Urbanismo tinham uma solida formação na área de engenharia, determinando a importância dada à tectônica, uma das características da Escola Paulista.
Por outro lado, há de se reconhecer o papel do engenheiro paulistano Roberto Rossi Zuccolo que participou na consolidação de uma linguagem arquitetônica onde a estrutura tem participação fundamental na concepção dos projetos destes arquitetos formados pelo Mackenzie. Zuccolo trabalhou colaborativamente com os arquitetos Fábio Penteado, Paulo Mendes da Rocha, João De Gennaro, Alfredo Paesani, Pedro Paulo de Melo Saraiva, Francisco Petracco, Décio Tozzi, Tito Lívio Frascino, entre outros (SERAPIÃO, 2015).
Autores da ficha: Profa. Dra. Cristina Maria Perissinotto Baron, Prof. Dr. Hélio Hirao
Alunos: Matheus Santos Silva, Antonio Souza Santos Neto