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Sorocaba

Autor: Eduardo Corona

ESCOLA ESTADUAL PROF AGGEO PEREIRA DO AMARAL

Imagens da obra

Imagens da obra

FICHA TÉCNICA


Nome da obra: Escola Estadual Prof. Aggeo Pereira do Amaral.
Data do projeto: 07-04-61 / Construção / inauguração: 14-06-62
Localização: Rua Hércules Tavares, 389, Jardim Cruzeiro do Sul, Sorocaba-SP.
Autor(es)(as) do projeto: Arq. Eduardo Corona
Intervenções posteriores: Algumas modificações espaciais ocorreram na edificação. Em termos gerais a obra encontra-se espacialmente preservada, entretanto, seu estado de conservação não é bom. Em termos de intervenções, sobretudo, os fechamentos externos, muros, e os gradeamentos, comprometem visualmente a visibilidade do edifício e sua relação com a cidade. 
Tamanho do lote e área construída: aprox. 5.080 m² / 2.728 m²
Tombamento: não houve.



INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS


BUZZAR, M.A. Relatório final FAPESP Difusão da Arquitetura Moderna no Brasil – O patrimônio arquitetônico criado pelo Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (1959-1963). Relatório final FAPESP, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015.
CARRANZA, R. Eduardo Corona: arquitetura moderna em São Paulo. 2000. Dissertação (Mestrado em Ciências Sociais Aplicadas) – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Paulo. 2000.
BERGANTIN, Rachel. Arquitetura Moderna no Brasil e sua difusão. O Plano de Ação do Governo do Estado de São Paulo (1958-1961). Levantamento e registro documental. Relatório final de iniciação científica. Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2016. (mimeo)
FERREIRA, A.F.; MELLO, M.G. (Org.). Arquitetura escolar paulista: anos 1950 e 1960. São Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE, 2006
LIMA, Caroline Niitsu de. Análise arquitetônica de equipamentos públicos escolares produzidos pelo Plano de Ação (1959-1963). Relatório final de iniciação científica. Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2016. (mimeo).

SOBRE A OBRA


As obras do PAGE possuem características diversas. Neste caso, ressalta-se a consecução de edifício com qualidades arquitetônicas modernas, tendo à disposição meios simples e convencionais. Este foi o êxito obtido por Eduardo Corona no projeto da Escola Estadual Prof. Aggeo Pereira do Amaral, em Sorocaba, SP. O edifício está implantado em terreno trapezoidal, com o lado maior na frente e com ligeira queda em direção ao fundo do lote, ocupando cerca de metade da área da quadra, com acessos nas três faces voltadas à rua.
Na escola em Sorocaba, a organização do programa escolar afasta-se das soluções já empregadas por Corona em suas escolas para o Convênio Escolar do município de São Paulo (1949-1953), aproximando-se mais das soluções praticadas pela Escola Paulista. É possível encontrar semelhanças na forma como o arquiteto pensa seu prédio escolar com a obra do ginásio de Guarulhos de Artigas: sob uma única e grande cobertura, encontram-se os ambientes educacionais e administrativos setorizados de acordo com sua função, em níveis acompanhando os desníveis do terreno, conectados por largos corredores e por escadas. Na obra em Sorocaba, tais qualidades ganham nuances próprias, com decisões de projetos atendendo às especificidades do programa em questão e os recursos disponíveis.
Assim como Artigas em Guarulhos, Corona serve-se do pátio de recreio dos alunos, como o elemento organizador do conjunto dos ambientes. O arquiteto implantou as salas de aula na parte posterior da edificação, porém, distribuiu o bloco didático em dois pavimentos, em meios níveis em relação à circulação central, tomando partido da inclinação do terreno. As salas de aula estão orientadas para o noroeste, com uso de dispositivos verticais fixos na fachada para proteção solar. A ala didática é isolada e conecta-se ao restante da escola através de uma circulação central, com escadas e patamares, que levam ao pátio de recreio dos alunos. À direita do pátio (nordeste), localizam-se os ambientes administrativos e de educação e cuidados sanitários; à esquerda (sudoeste), separado por um bloco de apoio, o núcleo do pré-primário, contendo as salas de aula, sanitários e apoios da pré-escola (na época pré-primário), além do seu pátio de uso exclusivo.
Soluções e elementos próprios do vocabulário moderno e da Escola Paulista estão presentes nessa obra de Corona. A estrutura é independente e modulada; alguns módulos abrigam jardins, que recebem o fechamento de cobogós, permitindo a passagem permanente de luz e ventilação; os pilares do pátio recebem tratamento plástico diferenciado, em formato de trapézio invertido, com a parte que toca o chão de menor dimensão, imprimindo leveza ao sistema estrutural; as esquadrias das salas de aula são ritmadas e alinhadas. Corona ainda experimenta soluções inusitadas, como o uso de aberturas menores, quadradas, em um jogo rítmico que imprime originalidade às fachadas sudeste e nordeste.
A obra sofreu algumas modificações em seu projeto original, o que não prejudicou totalmente a apreensão de sua arquitetura, ainda se estabelecendo como um edifício marcante na paisagem sorocabana.



IMPORTÂNCIA DA OBRA PARA O MOVIMENTO MODERNO


Soluções e elementos próprios do vocabulário moderno e da Escola Paulista estão presentes nessa obra de Corona. A estrutura é independente e modulada; alguns módulos abrigam jardins, que recebem o fechamento de cobogós, permitindo a passagem permanente de luz e ventilação; os pilares do pátio recebem tratamento plástico diferenciado, em formato de trapézio invertido, com a parte que toca o chão de menor dimensão, imprimindo leveza ao sistema estrutural; as esquadrias das salas de aula são ritmadas e alinhadas. Corona ainda experimenta soluções inusitadas, como o uso de aberturas menores, quadradas, em um jogo rítmico que imprime originalidade às fachadas sudeste e nordeste.



SOBRE OS AUTORES


Eduardo Corona nasceu em Porto Alegre em 1921, vindo de uma linhagem de arquitetos e artistas. Em 1942, mudou-se para o Rio de Janeiro para estudar na Escola Nacional de Belas Artes, diplomado em 1946. Ainda na faculdade, associou-se a colegas de curso em um escritório, prestando serviços de desenhista para arquitetos da Escola Carioca, como Affonso Eduardo Reidy e Oscar Niemeyer. Entre 1946 e 1949, trabalhou como arquiteto auxiliar no escritório de Oscar Niemeyer. Em 1949, mudou-se para São Paulo para assumir vaga de professor de Teoria da Arquitetura na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, onde continuou lecionando mesmo após aposentado. Entre 1949 a 1953, integrou a equipe da prefeitura de São Paulo para a Comissão do Convênio Escolar, projetando 14 escolas, com destaque para o Colégio Estadual da Penha de 1952. Em 1957, tornou-se professor na Faculdade de Arquitetura da Universidade Mackenzie. Entre 1966 a 1971, trabalhou como redator da Revista Acrópole. Atuou como júri de concursos de arquitetura da 6ª Bienal de Arte de São Paulo e nos Salões Paulistas de Belas Artes e de Arte Moderna. Trabalhou em órgãos de classe como IAB-RJ, entre 1947 e 1948, IAB-SP, em 1949 e CREA-SP, entre 1953 a 1966 e 1991 a 1996. Em 1972, publicou juntamente com Carlos Lemos o Dicionário de Arquitetura Brasileira. O arquiteto foi responsável por obras importantes para a arquitetura moderna brasileira, a exemplo do edifício-sede da Faculdade de História e Geografia da USP. Eduardo Corona faleceu em 2001, aos 79 anos.

Autores da ficha:  Miguel Antonio Buzzar, Caroline Niitsu de Lima, Jasmine Luiza S. Silva, Miranda Zamberlan Nedel, Rachel Bergantin, Aline Brandão Lir Jorge (Grupo de pesquisa “ArtArqBr – Arte e Arquitetura, Brasil” do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo IAU-USP).

Data da ficha: Fevereiro de 2020

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