top of page

ESCOLA ESTADUAL PROF. MARIA CONCEIÇÃO PIRES DO RIO

Aparecida

Autor: Kurt Hollander

Imagens da obra

Imagens do projeto

FICHA TÉCNICA


Nome da obra: Escola Estadual Profa. Maria Conceição Pires do Rio

Data do projeto: data desconhecida

Localização: Rua Pe João Batista, 93 – Aparecida, SP.

Autor(es)(as) do projeto: Arquiteto Kurt Hollander

Intervenções posteriores: Quadra esportiva coberta em estrutura metálica, construção de novas aslas de aula e um auditório. Reforma no bloco administrativo e inserção de novas salas.

Tamanho do lote e área construída: Terreno: 2560 m² / Lote: 1450 m²




INDICAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS


BUZZAR, M.A. Relatório final FAPESP Difusão da Arquitetura Moderna no Brasil – O patrimônio arquitetônico criado pelo Plano de Ação do Governo Carvalho Pinto (1959-1963). Relatório final FAPESP, Instituto de Arquitetura e Urbanismo, Universidade de São Paulo, São Carlos, 2015.

FERREIRA, A.F.; MELLO, M.G. (Org.). Arquitetura escolar paulista: anos 1950 e 1960. São Paulo: Fundação para o Desenvolvimento da Educação – FDE, 2006.

SOBRE A OBRA


A EMEF Profa. Maria Conceição Pires do Rio, atualmente municipal, já recebeu também o nome de EE Nenê Pires do Rio, sendo no passado uma escola estadual que também foi projetada durante o Plano de Ação, em Aparecida, pelo arquiteto Kurt Hollander. Possui muitos elementos que estão presentes também em São Carlos, na Escola Antonio Adolfo Lobbe, também projetada pelo arquiteto, dentre eles, o pátio interno possui uma estrutura porticada muito semelhante, os mesmos elementos vazados, neste caso para a circulação de acesso às salas de aula e paredes cegas com texturas nas fachadas.

A escola foi projetada em blocos setorizados por suas funções. Projetou um bloco em U que, originalmente, abrigava as salas administrativas do edifício escolar, sanitário para professores, uma sala para atendimentos odontológicos, com um pátio central impermeabilizado. Criou um bloco de dois pavimentos somente para salas de aulas e um outro bloco somente para salas de aula para o jardim de infância. Para o jardim de infância, também projeta salas-pátio, com pátios em ambos os lados, duas paredes externas vedadas por esquadrias de vidro com amplas portas de correr e folhas fixas com janelas basculantes. Todas as salas de aula possuem no projeto original amplas aberturas e fortes  preocupações com a ventilação natural cruzada.

Atualmente as salas-pátio são salas de informática e suas esquadrias foram substituídas, removendo os acessos diretos aos pátios. No pátio maior também foi construído um anexo, uma cobertura sustentada por pilares revestidos por tijolinho, utilizada pelas crianças para atividades de pintura. 

E por fim, Hollander projetou um bloco que abriga o pátio coberto principal que integra e dá acesso aos blocos administrativo, ao bloco 2 de salas de aula, aos sanitários para alunos, à cozinha e a um antigo pátio descoberto que atualmente abriga a quadra esportiva coberta. Em reformas posteriores também foram construídas novas salas de apoio no pátio principal, mais salas de aula e um anfiteatro. 

A fachada principal do edifício também foi alterada com a construção de um espaço para que os alunos pudessem armazenar suas bicicletas, destacado por uma parede curva que obstrui todas as janelas voltadas para a rua do bloco de administração escolar. 




SOBRE O AUTOR


Kurt Hollander nasceu em 1920 em Viena, Áustria, e chegou ao Brasil no Porto de Santos em 1926, aos seis anos de idade, e naturalizou-se brasileiro em 1949. Formou-se em arquitetura pelo Mackenzie na mesma turma de Paulo Mendes da Rocha, em 1954.

Antes de se formar em arquitetura, foi desenhista e calculista de estruturas. Segundo conta, Roberto Sobral Hollander (1951-), filho do arquiteto, estas experiências anteriores ajudaram em muito no desenho de novos projetos, que já eram feitos de forma a facilitar a execução e baratear as construções. 

Também foi pintor e poliglota, falava o português, francês, alemão, inglês e japonês. Trabalhou com grandes arquitetos como Jacques Pilon (1905-1962) e Adolf Franz Heep (1902-1978), seu professor durante a graduação, e participou em equipes de grandes projetos como o prédio do jornal O Estado de São Paulo (1946). Iniciou carreira solo com a construtora Hollander Ltda., que funcionou até meados de 1960, foi sócio na Construtora Anhembi, com Romeu Chap Chap e Moacir Ferreira de Souza. Fez algumas exposições e ganhou prêmios com suas pinturas, algumas delas publicadas em jornais, como os Prêmios Grupo Seibi, o IV Salão Paulista de Arte Moderna, a menção honrosa recebida no IV Salão Paulista de Arte Moderna, o V Salão Paulista de Arte Moderna. 

Projetou residências e edifícios como o Conjunto Planetário em Mongaguá, o edifício Emilio Antonioli em Higienópolis, o edifício Iliana, edifícios em Itanhaém, Guarujá e Cambuci. Dentre os edifícios públicos que projetou, foram duas escolas e uma igreja, a Escola Estadual Antonio Adolfo Lobbe, em São Carlos-SP, a Escola Estadual Professora Maria Conceição Pires do Rio, em Aparecida-SP, ambas projetadas durante o Plano de Ação, e a Capela São João Batista, para Ordem Malta, São Paulo-SP, publicada no volume 37 da revista Habitat, em 1956. 




IMPORTÂNCIA PARA O MOVIMENTO MODERNO


A obra se destaca pela inserção de salas-pátio e pela relação com novas práticas pedagógicas, muito defendida por arquitetos modernos, dentre eles, o mais conhecido foi Richard Neutra. Possui estrutura independente, muito bem destacada pela estrutura porticada do pátio coberto, valoriza a ventilação cruzada e a continuidade espacial entre o interior e o exterior da edificação, através das esquadrias projetadas para as salas de aula e dos elementos vazados que compõem a circulação de acesso Às salas de aula. 

O pátio coberto é central ao projeto, valoriza o convívio social e a promoção de eventos, abrigando, inclusive, um pequeno palco para apresentações. 


Redação da ficha: Grupo de Pesquisa PAGE - Grupo de pesquisa “ArtArqBr – Arte e Arquitetura, Brasil”, do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (IAU-USP).



bottom of page